Penso que cada vez mais

tenho que ser pedra.

Aspereza e dureza para lidar

com o mundo lixa…

 Repenso e só sinto

a rosa delicada e perfumada,

que imprime a essência da minha

natureza em gotículas de choro

por todos os arranhões sofridos…

 

 Mesmo assim, não posso ser pedra:

falta-me frieza suficiente

para atos insanos e grosseiros;

não tenho a dureza do racional

que não se emociona,

que não tem a sensibilidade à flor da pele.

  

Prefiro os meus arranhões

e a minha alma leve, leve e solta,

para sentir a luz do sol,

para tocar a lua com a minha poesia,

para amar

sim, amar as pedras…

   

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).