
Tem dias que tudo
fica no oco do vazio.
Palavras se desintegram
e o olhar não viaja
pela beleza.
A poesia se quer crua
na lucidez de uma realidade limitante.
Verbos como navalha a cortar
a mortalha da nostalgia;
uma lembrança qualquer no terreno
da infância repleta de risos
que restabeleça o voo da fantasia…
O som colhido pela memória…
A voz da minha avó
a me dizer:
“Tu sabes voar, minha bonequinha?”
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)