
No quadro da doença depressão, na escala mais leve a mais severa, existe um programa negativo, que o indivíduo deprimido fica preso na sensação de perda, de vazio e de desmotivação. O seu processo interior fica num incomodo de sentir uma inutilidade existencial. O seu sistema como um todo: os pensamentos, os sentimentos e o seu processo reativo opera na negação, o deprimido passa a dizer não para a vida e a vida fica nele como um peso não identificado e que se agiganta no seu dia a dia. Na depressão há um abandono interior profundo, como se a casa interior ficasse sem o dono, sem previsão de sua volta, sem o conhecimento se foi viajar temporariamente ou definitivamente. Já que é sabido que a depressão severa sem tratamento poderá levar a morte, com uma possibilidade alta de suicídio.
Neste raciocínio sobre o abandono interior no quadro da depressão, abandono este que se concretiza na realidade também, a pessoa deprimida poderá chegar ao abandono sobre si e seu mundo. Algumas vezes, no extremo de abandonar os hábitos de higiene pessoal, o contato social e até na necessidade de se alimentar, dormir ou ficar a dormir exageradamente, comprometendo a qualidade de vida e arriscando a sua existência.
O processo da superação se encontra no caminho inverso do abandono, o estar presente, a ferramenta da consciência é fundamental neste focar a sua respiração, o seu Ser, a sua dor, a sua verdade e a sua libertação.
Criar em você este contato íntimo e se responsabilizar por sua alegria, como você foca a tristeza numa sede que rouba sua energia de criar. E ludicamente trazer a criança que existe em você, mesmo que esteja adormecida, isso não importa. Toda criança aprecia o prazer e assim, a sua criança não resistirá a brincar na quebra da rigidez, na soltura de um sorriso e no apetite das coisas saborosas da vida.
Fazer o caminho do autopreenchimento qualitativo, oposto do autopreenchimento do vazio, da negação e do aniquilamento tão presente no quadro depressivo.
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).