Todos os silêncios recolhidos dentro da palavra,
a semear do meu olhar o esquecimento das horas.
Há a sensação vagarosa da vida que não desiste dela mesma.
Há a lembrança da minha gata, a ficar
na sombra dos meus olhos, como recado do amor eterno…
Um sorriso sempre me escapava das suas travessuras
de gata insolente, que carregava o tempo
na preciosidade imprescindível do carinho.
Existia nos seus olhos amarelos todo o movimento do dia,
no percurso da dança, na alegria urgente da vida!
Ela com a sua negritude, trazia-me sempre
o sol da esperança: o recomeço do meu sorriso…
Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)
Imagem: Obra de Chistian Schloe.