Cenas de Guerra – Gestos Solidários que Salvam –

Pôr Do Sol, Homens, Silhuetas, Ajudando, Mão Amiga

Este universo humano violento, empenhado mais em liquidar do que em preservar a vida, é a pura expressão de uma objetividade psicopatológica, onde se promove e banalizam as guerras, sem que os rostos do horror, os corpos destroçados, historicamente contando a narrativa da dor e da perversidade humanas, já não tem causado repugnância ou qualquer indignação, como se guerra fosse coisa normal e que, nós humanos, fomos concebidos para morrer e matar nossos semelhantes. 

Neste cenário violento, existem pessoas que vão na contramão deste fluxo devastador, resgatam vidas, são guiadas pelo amor ao próximo, têm coração de luz, e a força de um farol acesso continuamente, a apontar os caminhos para soluções emergenciais. São a força da solidariedade, criam saídas que a objetividade psicopata da guerra desconhece, por utilizarem apenas a estratégia cerebral destruidora, ao invés do coração compassivo e misericordioso, voltado para o bem e a atividade edificante que engrandece a raça humana. 

Um mosaico de rostos ao encontro da emoção mais nobre, o afeto de abraçar quem se ama, as mãos que segura e leva para a casa. Esta casa é o abrigo, o canto acolhedor para aqueles que perderam sua trajetória de vida, origem, cultura, parentes, residência, trabalho, identidade, nacionalidade, e precisarão renascer das cinzas, uma nova construção do zero, todos sabemos a dificuldade deste processo, mas eles terão esta tatuagem na alma. 

Com este meu coração de poeta que não aceita a guerra, quero repudiar com a força de um sol metafórico, a dissolver nos corações metálicos dos psicopatas da guerra, a raiz da malignidade dos seus atos e crimes contra a humanidade. 

O poeta é assim, o olhar tocante na pele invisível das pessoas, dos objetos, dos fatos, sente o que não está aparente, percebe a dor e até a ferida disfarçada. O instante em que o sorriso pousado na fotografia, revela a tristeza da alma. Como eu já disse antes: o meu olhar que não muda o mundo, apenas explode num grito de palavras que correm num rio em busca de algum sentido existencial. Apenas uma janela que abre ao encontro de vários olhares. 

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados).

Este post tem 2 comentários

  1. Jorge Moura

    Que crônica tocante, quero também
    ser poeta, no olhar talvez consiga,
    agora escrever tão bem como a poeta
    Suzete escreve, isto é difícil.

    Deixo o meu abraço de admiração.
    Jorge.

    1. Suzete Brainer

      Seu olhar é poético e generoso sobre a
      minha escrita, Jorge.
      Agradeço muito a sua presença aqui, com uma
      leitura tão atenciosa e palavras de incentivo que
      me tocam muito.

      Mais uma vez, muito obrigada e volte
      sempre aqui, viu?!
      Abraço de paz

      Suzete Brainer.

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