A Ciranda da Vida…

Dorina Costras 

Ela, surpreendida pela dança dos segundos, deixou a respiração implodir num prazer que percorria sua pele. Uma sensação da alegria libertária que enraizava no seu prazer, o imenso amor, brotado do sorriso irrecusável, desenhando no seu rosto a beleza própria da felicidade.

Ela tão longe do comum, não projetava a felicidade em coisas de uma lista de congelados do consumo. Apreciava tudo ao natural, íntegro e no imperfeito a nascer, sem retoques sofisticados que deixa aparência num falso delírio estético. Uma bela foto preto e branco com a poeira das estrelas sem galáxia e a Poesia a revelar nas palavras a alma quente do sol a pino do meio dia, o suficiente na viagem atemporal das emoções que circulavam na esfera da sua memória, quase anárquica à mediocridade, com uma estrutura firme e incorrosível da ética impressa no seu olhar ao mundo.

A simplicidade lhe encantava como uma dança da ciranda numa tarde a beira mar. Cada um no seu ritmo e com as mãos no gesto da partilha da solidariedade da música da Vida! …

Suzete Brainer (Direitos autorais registrados)

Imagem: Obra de Dorina Costras.